Correio da Nazareth - Arquivo da Biblioteca da Nazaré |
31 de janeiro de 2011
27 de janeiro de 2011
Sugestão de Leitura
«Tá diz-se em uruguaio quando se procura afirmar com ênfase, e Tá respondeu Mario Benedetti quando a decência perguntou se havia que arriscar pelos pobres, pelos fracos, pelos condenados da terra, pelos que não tinham direito à alegria, pelos que sonhavam com uma existência justa, por uma palavra "amanhã" plena de sentido.»
Esta frase, que dá início a uma das histórias que Luis Sepúlveda recolhe neste livro, resume perfeitamente tanto o espírito que guia a vida do autor chileno, como as suas palavras. Palavras seguras, potentes mas sussurrantes, que sempre nos interrogam sobre o estado do mundo e das suas gentes. Foi essa interrogação constante que consagrou Luis Sepúlveda como um dos mais originais escritores de língua castelhana.
Nestas 25 histórias caminhamos por diversos cenários, distintas situações, países daqui e dali, mas as palavras do autor remetem-nos sempre para um mesmo território literário: o território dos derrotados que se negam a aceitar a derrota. Um território bem conhecido dos leitores de Luis Sepúlveda que, neste livro, se reencontrarão com algumas das melhores passagens da sua extensa obra literária.
Clique nos Links para ler 2 histórias:
Um Velho que não gosto
Um cão chamado Edward
25 de janeiro de 2011
22 de janeiro de 2011
Textos de José Saramago
Essa vergonha de mundo
Sempre pensei que chegará um tempo em que a justiça não seja essa vergonha de mundo a que assistimos todos os dias.
“Yo no he roto con Cuba”, Rebelión, 12 de Outubro de 2003
In José Saramago nas Suas Palavras
Uma jogada genial nas sociedades modernas foi converter-nos a todos em actores. Tudo hoje é um grande palco: é a panaceia universal, porque fez com que todos nós estivéssemos interessados em aparecer como actores. E desvendamos a nossa intimidade sem pudor: relatam-se misérias morais e físicas, porque pagam. Vivemos num mundo que se converteu num espectáculo vexante, em que se mostra a morte em directo, a humilhação…
“La manipulación de las conciencias ha llegado a un punto intolerable”,El Correo, Bilbao, 8 de Março de 2003
In José Saramago nas Suas Palavras
Membros de um rebanho
Sempre acreditei que, para além da antropofagia directa, há outra forma de devorar o próximo: a exploração do homem pelo homem. Neste sentido, a história da humanidade é a história da antropofagia. Isto obriga-nos a um compromisso activo. Em primeiro lugar, temos a obrigação de não permitir que nos ceguem, pois se nos deixam cegos, comportar-nos-emos, ainda mais do que agora, como membros de um rebanho, um rebanho que avança até ao suicídio.
“Saramago, el pesimista utópico”, Turia, Teruel, nº 57, 2001
In José Saramago nas Suas Palavras
19 de janeiro de 2011
18 de janeiro de 2011
17 de janeiro de 2011
Poema de Garcia Lorca
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!