29 de fevereiro de 2012

Hola - Curta de Animação

No seguimento de outras publicações nas páginas deste blogue, fica aqui mais um vídeo de animação...

28 de fevereiro de 2012

"Não se deitam comigo corações obedientes"


O novo álbum de A Naifa, "Não se deitam comigo corações obedientes", é um disco de luta e não de luto, depois da morte do músico João Aguardela, disse à Lusa a vocalista, Mitó Mendes.
"Não se deitam comigo corações obedientes", que sai em edição própria, é o primeiro álbum de A Naifa depois da morte de João Aguardela, um dos pilares da banda, em 2009.
No entanto, para o grupo este não é um disco de luto.
"É um disco que aponta novos caminhos para aquilo que nós somos agora e podemos ser. O João [Aguardela] vai estar sempre presente, porque nos deixou marcas. Ele está presente porque ele gostava mais de olhar para a frente do que para trás", explicou à Lusa o guitarrista Luís Varatojo.

Fica aqui o primeiro single do álbum 


O Pássaro e o Homem - Animação


Uma curta de animação que nos devolve o fascínio da infância...

Um trabalho para acompanhar aqui  




25 de fevereiro de 2012

VOLTAR AO SUL



Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Llevo el Sur,
como un destino del corazon,
soy del Sur,
como los aires del bandoneon.

Sueño el Sur,
inmensa luna, cielo al reves,
busco el Sur,
el tiempo abierto, y su despues.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.

Te quiero Sur,
Sur, te quiero.

Vuelvo al Sur,
como se vuelve siempre al amor,
vuelvo a vos,
con mi deseo, con mi temor.

Quiero al Sur,
su buena gente, su dignidad,
siento el Sur,
como tu cuerpo en la intimidad.
Vuelvo al Sur,
llevo el Sur,
te quiero Sur,
te quiero Sur...



24 de fevereiro de 2012

HISTÓRIA, MEMÓRIA E VIOLÊNCIA NO SÉCULO XX


HISTÓRIA, MEMÓRIA E VIOLÊNCIA NO SÉCULO XX
24 e 25 de Fevereiro de 2012
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Sala Multiusos 3, Piso 4, Edifício I&D
INSTITUTO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Linha de Investigação Poder, Cultura & Ideias
Coordenação de José Neves, Luís Trindade, Pedro Martins e Tiago Avó
Apoios: FCT | Institut Français | Instituto Cervantes | FCSH-UNL
com Javier Rodrigo Sanchez, António Monteiro Cardoso, Miguel Cardina, 
Fernando Ampudia de Haro, Tiago Avó, Luís Trindade, Fernando Rosas, 
Enzo Traverso, Maria Benedita-Basto, Manuela Ribeiro Sanches, 
Elisa Lopes da Silva e Manuel Deniz Silva.

PROGRAMA

24 de Fevereiro(sexta-feira)
10h15, abertura
10h30 | ESPANHA, VIOLÊNCIA E FASCISMO
Javier Rodrigo Sánchez (Universidad Autonoma de Barcelona)
A este lado del bisturí. Violencia y fascistización en la España sublevada.
11h30 | O SÉCULO XIX PORTUGUÊS
António Monteiro Cardoso (ESCS-IPL, CEHC/ISCTE-IUL)
Violência política em Portugal no século XIX. Memória e História.
15h00 | O ESTADO NOVO
Miguel Cardina (CES-UC e IHC-UNL)
Violência, testemunho e sociedade. Incómodos e silêncios em torno da memória da ditadura.
Fernando Ampudia de Haro (IHC-UNL)
Branquear e revisar: historiografia e política à volta do Estado Novo.
17h00 | A REVOLUÇÃO DE ABRIL
Tiago Avó (Birkbeck College, IHC-UNL)
O lugar do PREC – comemorativismo e memória mediática.
Luís Trindade (Birkbeck College, IHC-UNL)
A construção da memória em torno do 25 de Abril de 1974.
——
25 de Fevereiro(sábado)
10h30 | O MUNDO DO SÉCULO XX
Fernando Rosas (FCSH/IHC-UNL)
Memória da violência e violência da memória.
Enzo Traverso (Université Jules Vernes Picardie)
L’âge de la Violence.
15h00 | IMPÉRIO E ANTICOLONIALISMO
Maria-Benedita Basto (Université Paris IV)
A política da História: dinâmicas emotivas das transmemórias na escrita do passado no presente em espaços (ex)imperiais.
Manuela Ribeiro Sanches (FLUL-CEC)
Nação, cultura e violência: (trans)nacionalismos na obra de Frantz Fanon e Amílcar Cabral.
E ÀS 18H30, NA CASA DA ACHADA – CENTRO MÁRIO DIONÍSIO, À MOURARIA, SERÁ LANÇADO O LIVRO “O PASSADO: MODOS DE USAR“, DA AUTORIA DE ENZO TRAVERSO E PUBLICADO PELAS EDIÇÕES UNIPOP. DECORRERÁ UMA CONVERSA COM ENZO TRAVERSO, ELISA LOPES DA SILVA E MANUEL DENIZ SILVA.

23 de fevereiro de 2012

RECORDAR O ZECA


No dia 23 de Fevereiro de 1987, José Afonso não resistiu à doença que há vários anos o atormentava e que também o impedia de cantar e partiu, com apenas  57 anos de idade.
O seu último espectáculo ao vivo foi  realizado em 1983 e o seu último CD, gravado em 1985.
Deixou-nos uma vasta obra que o torna impar na música portuguesa - pelo novo sentido que introduziu no fado de Coimbra, pela recuperação da nossa música tradicional, pelos poemas que escreveu, pelos poetas que cantou ( de Luis de Camões a Fernando Pessoa)e pelas melodias que criou. Mas é também a PESSOA, de enorme sensibilidade criativa e com profundo sentido humano e crítico que perpetua o nome de Zeca Afonso e atribui a intemporalidade às suas canções.
Zeca dizia que buscava a inspiração para as suas canções no nosso povo e a partir daí exaltava as suas vivências, os seus sofrimentos e as suas aspirações.
Foi assim durante a ditadura fascista ao denunciar vários crimes cometidos de que são exemplo os assassinatos de Catarina Eufémia, em 1954, com “Cantar  Alentejano” e de José Dias Coelho, em 1961, com “A Morte Saiu à Rua”.
Denunciou as arbitrariedades da PIDE/DGS em temas como os “Vampiros” e “Era de Noite e Levaram”, ou o “Cavaleiro e o Anjo”; denunciou a guerra colonial com o tema  “Menina dos Olhos Tristes”; a pobreza com “Menino do Bairro Negro” ou o “Tecto do Mendigo”.  Exaltou valores solidários como “Traz Outro Amigo Também” ou “O Meu Menino é D’oiro”.  Gritou a revolta em “ Redondo Vocábulo” ou a “Epigrafe Para Arte de furtar”
A ditadura fascista procurou abalá-lo, sem sucesso. Prendeu-o várias vezes e impediu-o de exercer a sua profissão de professor.
Esta pressão aproximou-o ainda mais do seu povo, encontrando nos trabalhadores e nas suas lutas, nas colectividades e nos sectores mais esclarecidos o seu “porto de abrigo”.
O Zeca devolvia esse carinho com as suas canções de esperança, que tantas vezes deram o ânimo necessário para manter a chama da luta acesa e confiante, culminando com  “Grândola Vila Morena”  na madrugada libertadora do 25 de Abril.
Nos anos que se seguiram à Revolução e até à sua morte, Zeca não parou de compor, de escrever e de estar sempre atento à vida dos mais pobres e oprimidos, continuando a exaltar as lutas em temas como os “Índios da meia praia” ou “Alípio de Freitas”, entre outros.
Mesmo podendo não concordar com todas as suas opções, sabemos que estas eram sempre defendidas com a sinceridade e a convicção de que seriam as melhores para o seu povo, com total desprendimento face a glórias ou a quaisquer benefícios.
Naturalmente, todos sentimos muitas saudades do Zeca... da sua voz, das suas músicas, da sua generosidade, da sua modéstia e das suas histórias. Do seu exemplo cívico.
Vinte e cinco anos depois, poderemos dizer que honrar a memória do Zeca é juntarmos forças para defendermos  a nossa identidade cultural, a nossa língua e a nossa música. É também podermos continuar a cantar as canções que denunciem a destruição que o nosso povo e o nosso país estão a sofrer com este governo da troika. É, acima de tudo, podermos dizer ao Zeca que o seu exemplo continua a inspirar-nos, em particular às gerações mais jovens e que, apesar das ameaças que pairam no nosso país, todos juntos temos forças capazes de defender o Portugal que ele ajudou a dar nova vida e luz na Revolução de Abril.
Vitor Sarmento