11 de maio de 2017

Hélia Correia nomeada Escritora Galega Universal 2017


Hélia Correia nomeada Escritora Galega Universal 2017
A Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega (AELG) decidiu nomear Hélia Correia Escritora Galega Universal 2017, na assembleia geral de Fevereiro.
O presidente da AELG destaca a “qualidade literária” da escritora portuguesa, em cuja obra a Galiza “está muito presente”, afirmando que Hélia Correia “sente a Galiza como um prolongamento da sua pátria”.
O galardão será entregue no próximo dia 20 de Maio na capital da Galiza.

10 de maio de 2017

Até Sempre Baptista Bastos




«Morre-se de amor...» (Baptista- Bastos, in Jornal de Negócios/ 2010-01-08) 

«A escrita é, para mim, uma mulher com cheiro de mulher, indomável mas aberta a quem a ama e atenta a quem a respeita.»

«O ser humano reconstrói-se permanentemente e corrige-se constantemente, entre o desejo, a cinza, a paixão e a vontade. »

«Ter saudade é ter lastro, história, percurso. Anda por aí muita amnésia e muita ignorância.» (Baptista- Bastos, in NS (Dn) / 2008-07-05)


9 de maio de 2017

Conto sobre o Movimento Associativo



Está patente ao público uma exposição na gare superior do Ascensor da Nazaré, com trabalhos realizados pelos alunos do 5º e 6º ano da escola Amadeu Gaudêncio da Nazaré, que ilustram um pequeno conto da autoria de João Delgado.

A promotora da iniciativa foi a ACISN, com a colaboração da Mútua e Agrupamento de Escolas da Nazaré e está integrada no Nazaré Marés de Maio.

Aqui fica o texto e o convite para visitarem a exposição:

O Movimento Associativo

- Explicado aos mais novos -

Era uma vez um grupo de oito amigos apaixonados por ciclismo que nunca tiveram uma bicicleta.

O que cada um tinha para adquirir a bicicleta não era suficiente.

Mas se juntassem o que cada um tinha, já dava para comprar uma bicicleta.

Foi o que fizeram. Juntaram tudo o que tinham e compraram uma bicicleta coletiva. Ou seja, não era de ninguém e ao mesmo tempo era de todos.

Nas quatro horas do dia reservadas ao lazer, cada amigo podia andar meia hora de bicicleta.

Assim os oito amigos todos os dias tinham o prazer de desfrutar da bicicleta que em conjunto compraram.

No entanto, de vez em quando, o travão avariava, o pneu furava, a corrente saltava e era preciso criar um “mealheiro” para resolver estas questões que iam acontecendo à bicicleta.

O grupo dos oito decidiu em conjunto pôr uma pequena moeda todos os meses no mealheiro para os arranjos da bicicleta. A cada moeda, que mensalmente juntavam, chamaram de quota.

De vez em quando, era preciso decidir em que oficina é que se punha a bicicleta a arranjar. Uns queriam que fosse na oficina do Joaquim da Chave de Fendas outros na oficina do António dos Travões. Haveria que votar para decidir!

A maioria é que vencia. Como eram oito membros, muitas vezes as votações acabavam empatadas. Assim, para acabar com os empates, chamaram mais um amigo e formaram a associação a quem deram o nome de Associação - “Dos Nove e a Bicicleta”.

Uns anos depois, um destes amigos acabou por ganhar a volta à França em Bicicleta! Se não se tivessem unido em torno de uma necessidade que era de todos, nunca teriam andado todos os dias de bicicleta e um dos membros nunca teria vestido a camisola amarela da mais famosa prova de ciclismo do mundo.

Foi através deste tipo de Associações que foi possível ao Cristiano Ronaldo e ao Luís Figo darem os primeiros pontapés na bola, caso contrário nunca chegaríamos a vê-los jogar e marcar golos incríveis.

Escritores como José Saramago, pintores como Júlio Pomar ou músicos como o maestro Lopes Graça encontraram sempre no movimento associativo espaço para debater, refletir, promover e executar as suas obras, ideias e projetos.

Sempre que há uma necessidade coletiva, as pessoas juntam-se em movimentos associativos de vários tipos:

Associações Desportivas (como clubes de Futebol), Culturais ou Recreativas; Associações de Estudantes; Associações de Pais; Associações Ambientais; Associações de Pessoas com Deficiência; Associações Comerciais e Industriais; Associações Patronais; Associações de Trabalhadores – Os Sindicatos; Associações Políticas – Os Partidos; Associações de Produtores; Associações de Consumidores; Cooperativas, Mútuas; Confrarias; Associações de Moradores; Associações de Freguesias; Associações de Municípios; Associações de Países, etc..etc..etc…

Existem Associações de todos os tipos e feitios. As Associações são formas de resolvermos problemas comuns que, por norma, não temos capacidade de resolvê-los sozinhos.

As associações são um pilar fundamental da democracia. Nas associações todos contam e as decisões são tomadas democraticamente pelos seus membros. Tal como na Associação – “Dos Nove e a Bicicleta” – a maioria vence!

Agir coletivamente em associação é dar saltos em direção a um mundo melhor, desenhado, discutido e construído por todos!

Por isso, associa- te!

Descobre as tuas causas, luta por elas e reforça o Associativismo!
              

João Delgado

Sugestão de Leitura - Os Navios da Noite

  Após a sua mais recente visita à Nazaré, aproveite esta oportunidade para descobrir a obra de João de Melo.

SINOPSE
Sujeito a tortura, o preso político confessa segredos reais e imaginários, sofrendo com o estigma da traição durante o resto dos seus dias. O velho sacerdote cai na loucura, sob o peso dos inúmeros pecados que lhe foram confessados ao longo de uma vida de pároco. A professora, que regressa do estrangeiro ao fim de anos de ausência, não reconhece o seu país e rende-se a um segundo exílio, mais cruel. O viúvo solitário que dá de comer a uma criança andrajosa é proclamado profeta e redentor dos desvalidos, mas acorda desse sonho de salvação para a evidência do real, onde não existe esperança nem compaixão. A meio de uma viagem de cruzeiro, o paquete de luxo passa do sonho anunciado aos pesadelos inauditos do mar, convertendo-se num navio fantasma. O cego, a quem devolvem a visão, perde-se no novo mundo visível e opta por voltar aos passos perdidos da cegueira. E há os loucos que amam e odeiam o manicómio nos labirintos da própria loucura; o velho hipocondríaco que esconde um déspota naufragado na sua solidão; José Maria Eça de Queirós de volta a Lisboa, em pleno século XXI; mulheres traídas ora pela doença, ora pelas ingratidões do corpo; entre muitas outras figuras que parecem assombradas pelas fragilidades da condição humana.